terça-feira, 1 de abril de 2008


Meu amor, o que encontras no teu poço fechado? Algas, lama, rochas?Que vês de olhos cegos, rancorosa e ferida?Vida minha, no poço onde cais não acharáso que no alto guardo para ti: um ramo de jasmins orvalhados,um beijo mais fundo que o teu abismo.Não tenhas medo, não caias de novo em teu rancor.Sacode as palavras que te feriram e deixa que voem pela janela aberta.Elas voltarão a ferir-me sem que tu as dirijas,pois foram proferidas em momento de durezae esse momento será desarmado em meu peito.Sorri para mim radiosa se a minha boca te fere.Não sou um pastor brando como os dos contos de fadas,mas um bom lenhador que reparte contigoterra, ventos e espinhos dos montes. Ama-me tu, sorri, ajuda-me a ser bom.Não te firas em mim, que será inútil,não me firas a mim porque te feres."(Pablo Neruda)BJOS NO CORAÇÃO*

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